Teorias de difusão das tendências de moda: Trickle Down, Bubble Up e Trickle Across
E aí pessoal, agora que vocês já entenderam um pouco sobre o que são tendências, vamos explicar sobre algumas teorias de difusão das mesmas.
A primeira teoria é a Trickle Down. Vocês devem estar se perguntando - “Que palavra esquisita é essa?”. Então, fiquem ligados que vamos esclarecer essa dúvida:
TRICKLE DOWN
Esse termo pode ser designado como um tipo de movimento de difusão estética de gosto e tendência, que liderou todos os ciclos da moda até os anos de 1960. As figuras importantes ou marcas renomadas são como difusores de moda, pois tudo que vestem e a forma que as usam, como, por exemplo, as roupas e combinações acabam se tornando tendência para classes inferiores.
Como explica Zanettini (2012, pg. 71) “Os esquemas de difusão de tendências ‘de cima para baixo’ e o ‘de baixo para cima’ podem ser relacionados, nesta ordem, aos sistemas haute couture e prêt-à-porter. Nesse sentido, seriam as tendências disseminadas pelas elites, ou seja, de poucos indivíduos para muitos, convergentes às dinâmicas operantes pela haute couture”.
Mais especificamente, é a moda que nasce na elite e posteriormente é difundida pelas classes inferiores - vem de cima para baixo.
Exemplo: Uma marca famosa destaca, em uma coleção, o uso do jeans com patches (um pedaço de tecido de qualquer formato, com uma inscrição de um símbolo, slogan ou imagem que é colado ou costurado na peça) e, após isso, surgem várias releituras.
BUBBLE-UP
Ao contrário da teoria citada anteriormente, a Bubble-up é um movimento estético que nasce na rua e tem como influência, por exemplo, o streetwear, os punks, entre outros.
Podemos entender melhor a partir do ponto de vista de Zanetti (2012, pg. 71) quando afirma que “Assim sendo, esse novo modelo de difusão apontou que as tendências não estariam restritas às cópias dos grupos economicamente mais elevados, porém também geradas pelas camadas ditas inferiores da sociedade”.
A teoria Bubble-up refere-se aos estilos originários dos movimentos de rua e que acabam instigando a curiosidade e a pesquisa de criadores e de grandes marcas de moda, que posteriormente criarão suas peças de roupa inspiradas nestes movimentos - funciona de baixo para cima.
Exemplo: Jovens com estilos alternativos influenciam as criações de grandes marcas de moda, como os punks que desde a década de 1980, são inspiração para diversos estilistas.
E então curtiram? Mas não é só isso. Agora vamos abordar outro estilo que é muito conhecido por vocês, o Trickle Across. Claro que talvez vocês nunca ouviram falar desse nome, mas calma aí que já vamos explicar:
TRICKLE ACROSS
A teoria Trickle Across pode ser compreendida pela convergência de referências do que vem da rua (street style) e do que vem de grandes marcas, que acabam chegando ao consumidor final de forma simultânea, principalmente através das mídias digitais atuais como as redes sociais, blogs, etc.
Uma das formas mais contemporâneas de divulgação desse mix de estilos é através das postagens de blogueir@s e digital influencers, que unem a tendência lançada pelas grandes marcas com a tendência disseminada nas ruas, constituindo um único look.
Vejam alguns exemplos nas imagens que selecionamos para vocês. Nelas é visível perceber elementos de vestuário/acessórios de grandes marcas misturados com elementos de estilos originários do street style, como, por exemplo, uma bolsa da marca Chanel compondo um look que tem como destaque uma calça jeans destroyed e a meia arrastão – peça que remete diretamente ao movimento punk dos anos 80, e que retorna com tudo nessa temporada (fiquem ligados nos próximos posts!)
E então, pessoal? Estão gostando de saber um pouco mais sobre como funcionam as tendências de moda? Nesse caso, não percam os próximos posts, ainda temos muito conteúdo legal para compartilhar com vocês!
REFERÊNCIAS:
ZANETTINI, Juliana. Pesquisas de tendências: uma abordagem sob a ótica do Design de Moda. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2012. Disponível em: < http://www.anhembi.br/ppgdesign/pdfs/26-juliana_zanettini.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2015.